As primeiras medidas para
tratamento da plagiocefalia são posicionais: deitar a criança para o lado
normal por períodos, de modo a que o
lado achatado da cabeça fique
elevado e fora da cama, fora do apoio, sem pressão. Outras medidas são alternar
a posição durante o sono, o período “tummy time” (incentivar, a partir dos 2-3
meses, que a criança esteja algum tempo de barriga para baixo), e encorajar
movimentos livres e espontâneos. São cuidados por vezes suficientes se de
início precoce (antes dos 2 meses de vida), e em deformidades pouco marcadas.
A
aplicação de
rolo sob o dorso de um dos lados, condicionando o apoio da
cabeça no lado são, pode também ajudar. O uso de
almofadas circulares, tipo
Leia mais As primeiras medidas para
tratamento da plagiocefalia são posicionais: deitar a criança para o lado
normal por períodos, de modo a que o
lado achatado da cabeça fique
elevado e fora da cama, fora do apoio, sem pressão. Outras medidas são alternar
a posição durante o sono, o período “tummy time” (incentivar, a partir dos 2-3
meses, que a criança esteja algum tempo de barriga para baixo), e encorajar
movimentos livres e espontâneos. São cuidados por vezes suficientes se de
início precoce (antes dos 2 meses de vida), e em deformidades pouco marcadas.
A
aplicação de rolo sob o dorso de um dos lados, condicionando o apoio da
cabeça no lado são, pode também ajudar. O uso de almofadas circulares, tipo
donut, para apoio cefálico, permitem um apoio circunferencial da
cabeça: ainda que a criança possa estar longas horas com a cabeça apoiada, na
mesma posição, o apoio neste tipo de almofada distribui o peso de modo equilibrado ao longo de toda
a superfície de apoio, e não apenas na área que contactaria com a cama se não
se recorressse ao uso deste tipo de almofada. Este tratamento só por si é muitas
vezes eficaz se iniciado nos primeiros 2 meses de vida, podendo vir a evitar a
necessidade de recorrer mais tarde ao uso das bandas cefálicas, vulgo
capacetes. Nessa idade os osssos cranianos são pouco calcificados, muito pouco
espessos, facilmente deformáveis, muito sensíveis a qualquer pressão,
nomeadamente se sustentada. E portanto são facilmente moldáveis: no sentido normal
das linhas de crescimento, adquirindo a cabeça uma estrutura oval e simétrica;
ou deformáveis, com achatamento, se a restrição ao crescimento for inadequada,
prolongada ou repetida, provocando plagiocefalia. A frequência desta
patologia é de 1/60 recém-nascidos; aumentou muito a sua frequência desde 1990,
devido à atitude generalizada de prevenção do SMSL.
É relevante, quando iniciado
precocemente, o recurso a técnicas físicas de mobilização e fisioterapia,
nomeadamente nas plagiocefalias associadas a torcicolo. O tratamento desta
situação leva a um melhor apoio da cabeça quando a criança está deitada, favorecendo
o desenvolvimento simétrico da cabeça; a adopção de um melhor apoio cefálico na
cama, a melhoria no tónus muscular, com maior mobilidade da cabeça da criança,
levam a redução do tempo e melhoria na
qualidade da posição da cabeça quando apoiada no leito. A osteopatia pode também ajudar na
correção da postura e da mobilidade cefálica, optimizando a simetria.
Se apesar de todos os cuidados, e
recorrendo ou não às terapias acima referidas, a criança mantiver deformidade
craniana aos 4-5 meses, deve ser avaliada em consulta de Neurocirurgia
Pediátrica. O Neurocirurgião fará uma avaliação médica com inspeção e
craniometria. Na maior parte das crianças com plagiocefalia não são necessários
exames subsidiários de diagnóstico imagiológico como Rx de crânio ou a TC
cerebral, estando por norma contraindicados. A ecografia pediátrica
transfontanelar – ECO TF, considerada como exame não invasivo, e facilmente
tolerado pela criança, dá informação relativa do estado das suturas craninanas,
cerebral e do sistema ventricular; na plagiocefalia não é no entanto necessária
habitualmente.
Se os critérios de deformidade
craniana occipital unilateral – plagiocefalia, ou de braquicefalia
– achatamento simétrico, occipital bilateral, com diminuição do índice
craniano, se verificarem, então é proposto aos pais aplicação de uma ortótese
de remodelação craniana Starband®. Através de uma App instalada num
smartphone, e de uma touca com localizadores Smart Soc®, é feita aquisição
de imagem digital criando um molde virtual, tridimensional- 3D, ficheiro que
depois é usado para manufactura do capacete ortótico. Esse ficheiro é
processado na fábrica da Orthomerica - USA para a construção de um capacete
individual, único. Trata-se de um processo que demora no total cerca de 12
dias, da aquisição da imagem até a criança poder começar a usar o capacete. Neste espaço de tempo
continua a haver crescimento e
modificação nas dimensões cranianas, pelo que logo no dia de colocação do
capacete são necessários alguns ajustes. O capacete Starband tem um
desenho ativo, sendo fruto de um exigente trabalho de fotoaquisição de dados,
de processamento e de construção do capacete. É também muito importante todo o
cuidado empregue no aconselhamento, manuseamente e revisões de remodelação, que
são em si uma combinação de trabalho e de arte.
A altura para iniciar o uso da prótese
craninana Starband na plagiocefalia situa-se entre os 4 e os 18 meses. A
aplicação de capacete após o ano e meio de vida não é aconselhado por tardio, por
haver já uma dureza óssea craniana em que já não é esperada remodelação
craniana segnificativa. O tempo de uso do capacete é de 3-4 meses. Ainda que
logo nas 1ªas semanas de uso sejam já visíveis nítidas melhorias, nomeadamente
quado o capacete é iniciado no 1º semestre de vida, a memória craniana,
o manterem-se as mesmas tendências posicionais, e a demora no processo de
ossificação dos ossos cranianos, obriga a um uso mais prolongado, até
consolidação das linhas de crescimento que vão levar à forma esperada e adequada,
craniana, para essa criança. Os 3-4 meses de tratamento constituem um período time-consuming,
em que é importante um manuseamento correto do capacete, em termos de higiene, de
cuidados com a pele do bébé, em que faz toda a diferença o tipo de apoio dedicado
pela operadora técnica de ortótese craniana Starband®. Normalmente a consulta de
seguimento com a técnica de ortótese é quinzenal, mas poderá ser mais frequente.
Esse apoio, diário se necessário, faz toda a diferença na aceitação e na
tolerância à prótese craniana pela criança, e portanto é fundamental para o
resultado final. O capacete deve ser usado regularmente durante o período
indicado, que no período de maior intensidade do tratamento deverá ser de 23
horas, retirando 1 hora por dia para higienização do capacete e para banho à
criança. O capacete não faz compressão craniana, caso contrário iria ser
desconfortável para o lactente. A aquisição de imagem para a construção do
capacete é feita em simultâneo com a colocação de uma touca Smart Soc®. E é
como se fosse uma touca que o capacete deve servir sempre e após cada
utilização e manutenção. O capacete fixa
os pontos cranianos que estão desenvolvidos e em posição adequada, os “high
spots”, deixando livre a zona aplanada, de achatamento ósseo, chamados de “low
spots”. É a própria pulsatilidade cerebral que, vencendo a área de menor
resistência craniana redefenida pelo capacete, “empurra” o ossso craniano nessas
áreas, onde o capacete é mais largo. O capacete não oferece resistência ao
crescimento craniano e muito menos do encefálo. Em suma, o crescimento adequado
craniano depende muito da tecnologia avançada utilizada na criação do molde
inaugural, da qualidade dos materiais usados na sua manufactura, mas de modo muito
relevante também no cuidado e atenção dispensados nesta fase de 4 meses da
manutenção do tratamento. Nos dias de remodelação faz-se desgaste do capacete
nas zonas mais apertadas ou reforço com
pequenas “almofadas” nas zonas mais largas.
A banda craniana Starband – capacete
individual, único e intrasmissível, é constituído por material tecnologicamente
evoluido, homologado, seguro, inerte e leve. Pesa cerca de 170 g (variável com
a criança), sendo das próteses mais leves disponíveis no mercado.
Tem uma estrutura exterior de acrílico,
e interior de espuma, em finas camadas. Muito bem tolerado, é a derradeira
medida a utilizar na plagiocefalia, sendo o método que dá mais garantias na
correção da evolução e da forma craniana, e que permite o melhor resultado
final. Naturalmente é mais eficaz, até 100% de simetria, quando iniciado o seu uso
no 1º semestre de vida, decrescendo a sua eficácia proporcionalmente quando
aplicado em crianças a partir do ano de vida. O capacete não restringe qualquer
atividade dos pais ou da criança no dia-a-dia; dá secundariamente uma proteção
acessória em caso de traumatismo craniano (quedas, por exemplo) se em uso no
início dos primeiros passos da criança.
Desde a criação da marca foram já
manufacturados e aplicados várias centenas de milhar de capacetes, quer para
tratamento de plagiocefalia, quer para uso após cirurgia precoce nas
craniosinostoses (escafocefalias predominantemente). Os primeiros trabalhos
sobre estas próteses devem-se a Sterling Clarren, University of Washington, que
em 1979 desenvolveu um capacete de desenho passivo; é distribuído desde 2019 em
exclusividade para todo o mundo pela Orthomerica (mais de 800 representantes
por todo o mundo). Os capacetes são considerados dispositivos médicos Classe II
pela FDA desde 1998, estando a Orthomerica certificada pela FDA para produção e
comercialização desde 2000, tendo entretando obtido adicionalmente as
certificações QSR (Quality System Regulation), CGMP (Current Good Manufacturing
Pratices) e ISO-9001.
Web sites:
www.orthomerica.com - www.starbandkids.com
Representante
em Portugal: www.atnmedical.pt